segunda-feira, 26 de março de 2012


A Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irâ - até então comandado pelo Xá Mohammad , para efeito de análise histórica, a Revolução Iraniana é dividida em duas fases:na primeira fase, houve uma aliança entre grupos liberais, grupos de esquerda e religiosos para depor o xá;na segunda, frequentemente chamada Revolução Islâmica, viu-se a chegada dos aiatolás ao poder.
O programa nuclear iraniano foi lançado na década de 1950, com a ajuda dos Estados Unidos, como parte do programa Átomos para a Paz. Após a Revolução Islâmica de 1979, o governo do Irã abandonou temporariamente o programa, mas acabou por voltar a lançá-lo, embora com menor assistência ocidental. O programa actual, administrado pela Organização de Energia Atômica do Irã, inclui diversos centros de pesquisa, uma mina de urânio, um reactor nuclear e instalações de processamento de urânio que incluem uma central de enriquecimento.

Irã anuncia produção de 5kg de urânio a 20%

Mahmoud Ahmadinejad acusou o governo Barack Obama de fazer chantagem nuclear.

O Irã anunciou nesta quarta-feira que produziu, pela primeira vez, cinco quilos de urânio enriquecido em 20%. É quantidade suficiente para ser usada em equipamentos médicos, mas ainda não serve para uma bomba atômica, que necessitaria de mais de 90% de pureza.

O presidente Mahmoud Ahmadinejad também enviou uma carta às Nações Unidas acusando o governo Barack Obama de fazer chantagem nuclear. Ele criticou a nova política americana que admite o uso de armas atômicas contra países que não cumprem acordos internacionais do setor, o caso do Irã.

terça-feira, 13 de março de 2012


Potências pressionam Irã por negociação 'séria' sobre programa nuclear

Parchin (Digital Globe)  
Seis potências mundiais reforçaram nesta quinta-feira o pedido para que o Irã retome negociações "sérias" e sem "pré-condições" sobre seu programa nuclear, um dia após a União Europeia (UE) ter divulgado o lançamento da nova rodada de conversações.
Reunidos em Viena, os integrantes do grupo conhecido como P5+1 (Grã-Bretanha, Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia e China) emitiram um comunicado pressionando Teerã para dar início a um diálogo que produza "resultados concretos 
Para o especialista em assuntos diplomáticos e de defesa da BBC, Jonathan Marcus, este pode ser o último esforço diplomático para resolver a crise em torno do programa nuclear iraniano. Se ele falhar, segundo Marcus, uma ação militar se tornará muito mais provável.
O texto do P5+1 diz ainda que as negociações devem dar atenção às "continuadas preocupações da comunidade internacional e que devem incluir ainda sérias discussões sobre medidas concretas para restaurar a confiança" no programa nuclear da República Islâmica.
O grupo também mostrou-se preocupado com as últimas visitas de inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU), que não resolveram questões importantes como a situação no complexo de desenvolvimento nuclear de Parchin.
Membros da agência estiveram no local pela última vez em 2005, e tiveram acesso negado no mês passado.
Na última segunda-feira, o país disse que está preparado, sob certas condições, para permitir a entrada de inspetores a essas instalações consideradas estratégicas ao programa iraniano.
O complexo, localizado 30 km ao sudeste de Teerã, é destinado à pesquisa, desenvolvimento e produção de munição, foguetes e explosivos.

'Diálogo construtivo'

Na quarta-feira, a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton - que havia escrito para o negociador iraniano, Saeed Jalili, em outubro passado, com uma oferta de novos diálogos - disse que Bruxelas espera que o Irã entre em "um processo sustentado de diálogo construtivo que traga progresso verdadeiro para acabar com as antigas preocupações da comunidade internacional sobre seu programa nuclear".
Segundo a chefe da diplomacia europeia, o "objetivo geral continua sendo uma solução abrangente, negociada e de longo prazo, que restaure a confiança internacional na natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano".
Em sua correspondência, Jalili disse que o Irã estava pronto para o diálogo em torno de vários temas.
Ele disse que dá boas-vindas à afirmação das seis potências de que respeitaria o direito do Irã de usar a energia nuclear pacificamente.
Já o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse na segunda-feira, em Washington, que o "tempo estava correndo" para dar um fim ao programa atômico iraniano, alertando que Israel não "viveria à sombra da aniquilação".
O presidente americano, Barack Obama, também afirmou que todas as opções estão na mesa, mas disse que ainda há tempo para uma saída diplomática.
Por sua vez, o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, disse que a ação militar é a última alternativa sempre, mas ressaltou que seu país "vai agir se for obrigado a tanto".

Acesso a Parchin

Os inspetores da AIEA pretendiam visitar as instalações em fevereiro, para esclarecer as "possíveis dimensões militares" do programa atômico iraniano, mas tiveram negada sua entrada.
Os diálogos entre a UE e o Irã já foram retomados e cancelados em várias ocasiões. A última rodada de conversações acabou fracassando, em janeiro de 2011.
De acordo com Jonathan Marcus, a disposição do Irã em permitir o acesso dos inspetores a Parchin será um teste crucial nesta nova abertura diplomática do país persa.
O correspondente da BBC afirma que uma enorme câmara de testes de explosivos está no topo da lista das instalações que a AIEA pretende inspecionar em Parchin.
Isabela Cristina

Governo do Irã proibe homenagem ao vencedor do Oscar


O governo iraniano ordenou o cancelamento de uma homenagem que aconteceria no país nesta segunda (12/3) para o cineasta Asghar Farhadi, que venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por seu filme “A Separação”. A informação é da agência Associated Press, com base na agência iraniana de notícias ILNA.
Não há detalhes sobre o cancelamento abrupto, mas a agência nota que a parcela mais conservadora do país, que está no poder, não estaria contente com os temas abordados pelo filme, entre eles a desigualdade sexual e o desejo de muitos cidadãos de deixar o país.
A homenagem a Farhadi era iniciativa de duas associações de cinema, o Centro de Diretores de Cinema Iraniano e o Conselho Superior de Produtores de Cinema Iraniano. Ambas emitiram declarações condenando o cancelamento. “Nós pretendíamos dizer obrigado pela grande conquista que você trouxe ao país e ao cinema iraniano, mas os curadores culturais não nos deixaram fazer isso. Lamentamos profundamente”, disseram as associações em comunicado dirigido ao diretor Asghar Farhadi. No Irã, todos os eventos públicos precisam de autorização do governo.
O filme foi rodado no Irã com autorização oficial, mas seu sucesso rachou o regime entre os que enxergam a repercussão como vitória diplomática e aqueles que veem uma motivação política do Ocidente, ao reconhecer as críticas veladas que o filme faz ao regime do país.
 
O diretor do Ministério da Cultura e da Orientação Islâmica, Mohammad Bagher Khoramshad, disse que o filme só obteve tanto destaque por ser “contra o sistema político iraniano”.
O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, também já tinha se pronunciado a respeito do sucesso internacional do filme, declarando ser comum que as premiações exaltem longas com temáticas relacionadas à pobreza e dificuldades de um povo.
No Irã, filmar críticas ao governo pode ser punível com cadeia e proibição de realizar novos filmes por vários anos. Os cineastas Jafar Panahi (“Fora de Jogo”), Mohammad Rasoulof (“Adeus”) e Mehdi Pourmoussa (assistente de “The Hunter”) encontram-se no momento presos por subversão contra o regime no poder em Teerã. Além disso, em janeiro, autoridades iranianas ordenaram o fechamento da Casa de Cinema, um grupo de cinema independente que operou por 20 anos e contou com Farhadi entre os seus membros.
Vitória.

AIEA diz que Irã pode estar 'limpando' evidências nucleares


A agência nuclear da ONU não descarta que o Irã possa estar tentando limpar uma instalação militar que inspetores querem visitar como parte de uma investigação sobre uma possível pesquisa iraniana relevante para a produção de bombas atômicas, disse o chefe da agência nesta sexta-feira.O Irã recusou o acesso ao complexo militar Parchin, a sudeste de Teerã, durante duas rodadas de negociações com uma equipe sênior da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um órgão da ONU, em Teerã no início deste ano.Diplomatas ocidentais afirmam que o Irã pode estar atrasando o acesso dos inspetores ao local para ter tempo de limpar a instalação de qualquer evidência de testes de explosivos que indicariam esforços para projetar armas nucleares."Temos informações de que alguma atividade está acontecendo lá", disse o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, em entrevista à Reuters.Questionado se estava preocupado que o Irã pode estar tentando encobrir o local, ele disse que "essa possibilidade não está excluída ... Não podemos dizer com certeza porque não estamos lá."No início desta semana, Amano afirmou que havia indícios de "atividades" em Parchin, mas não deu quaisquer detalhes sobre o que elas poderiam ser. Imagens de satélite recentes apontam para possíveis operações de limpeza em Parchin, disseram diplomatas ocidentais.O Irã, que rejeita as acusações ocidentais de que seu programa nuclear é uma tentativa de desenvolver bombas atômicas, rejeitou as suspeitas sobre Parchin como "ridículas" e "infantis"."Como ainda não temos acesso a Parchin, não temos informações detalhadas, mas temos algumas informações e essas informações são sensíveis", disse Amano.



Por:  Marieli Antoniani. 

Irã: Revolução sufocada

Após esmagar revoltas pós-eleição de 2009, regime dos aiatolás enfrentou novos protestos estimulados pela Primavera Árabe no país persa

Protestos no Irã 

As revoltas que levaram a quedas de ditadores nos países árabes começaram em janeiro de 2011. Não longe dali, mas na nação persa, o Irã, uma revolução havia começado mais de um ano antes. Milhares de iranianos foram às ruas protestar contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad em junho de 2009. Foram massacrados pela oposição do governo.
As demandas, porém, eram as mesmas que levaram egípcios, tunisianos e sírios a protestar em seus países. E logo a Primavera Árabe fez surgir na República Islâmica um novo foco de manifestações. Mais uma vez, o regime dos aiatolás lançou mão de suas estratégias brutais para sufocar o movimento pró-democracia e impedi-lo de tomar proporções que ameaçassem o regime.
Quanto aos vizinhos, o Irã observou desafetos pró-Estados Unidos caírem, como Hosni Mubarak, no Egito e tenta ajudar parceiros, como Bashar Assad, da Síria, a resistir às revoluções populares.
Fernanda Andrade 

UE espera negociações 'rápidas e sérias' com o Irã


As negociações em torno do programa nuclear iraniano devem avançar com "rapidez e seriedade", defendeu hoje a comissária de política externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton.
Em resposta a um pedido do Irã, Ashton disse na semana passada que o grupo de potências chamado de P5+1 está preparado para voltar a negociar com Teerã o mais rápido possível.
O P5+1 é formado pelos cinco países que integram o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) - China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia - mais a Alemanha.
"Nosso propósito é persuadir o Irã a se distanciar de seu programa nuclear", disse Ashton em entrevista coletiva concedida na cidade dinamarquesa de Gymnich, após uma reunião de chanceleres da UE. "Nós esperamos, com base nos contatos que mantivemos, que esse processo possa seguir adiante com rapidez e seriedade."
Ashton disse que ainda não há data para a negociação, que será a primeira em mais de um ano, mas autoridades europeias têm sinalizado que ela poderia começar ainda este mês.
Os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, como a geração de energia elétrica, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário. As informações são da Dow Jones. (Ricardo Gozzi)

-Allyne Arantes

Irã não teme bombas, diz Ahmadinejad


O Estado de S.Paulo
Em discurso a oeste de Teerã, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, declarou não temer um possível ataque militar do Ocidente. "A nação iraniana não tem medo de suas bombas, aviões e navios de guerra", afirmou. "A era da arrogância e do colonialismo passou. A era da irracionalidade ocidental também passará." O Irã está sob sanção dos países do Conselho de Segurança da ONU, que tentam forçá-lo a dar informações sobre a natureza de seu projeto nuclear. Embora o presidente dos EUA, Barack Obama, tenha indicado uma abertura diplomática para a questão - apoiada pelo aiatolá Ali Khamenei - as negociações estagnaram.
- Postado por Isadora Dias

Como o Irã reagiria a um ataque de Israel ou dos EUA?
Jonathan Marcus
Da BBC News
Mísseis iranianos/AFP
O Irã tem um arsenal de mísseis balísticos bastante diverso
O Irã deixou claro que, se atacado por Israel ou EUA, responderá à altura. Mas como seria uma represália iraniana?
E quais seriam as consequências, na região e no próprio Irã?
Notícias relacionadas
Os resultados potenciais de um ataque israelense seriam sérios a ponto de tornar a ação militar a pior opção para interromper o programa nuclear iraniano?
"A capacidade iraniana de atacar diretamente Israel é limitada", diz Mark Fitzpatrick, diretor do Programa de Desarmamento e Não-Proliferação do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (International Institute for Strategic Studies ou IISS na sigla em inglês).
"Sua Força Aérea ultrapassada é completamente superada pela dos israelenses e possui apenas um pequeno número de mísseis balísticos que poderiam chegar em Israel", afirma.
Fitzpatrick diz que o arsenal balístico iraniano inclui "uma versão modificada do Shahab-3, o Ghadr-1, que tem alcance de 1,6 mil km, mas o Irã tem só seis equipamentos do tipo transportador eretor lançador (TEL na sigla em inglês) para os mísseis".
"O novo míssil, o Sajjil-2, também poderia atingir Israel, mas este não está ainda totalmente pronto", afirma.
Fitzpatrick argumenta ainda que "ambos os mísseis são muito imprecisos para terem qualquer efeito em alvos militares quando armados com armas convencionais".
"Eles também não são formas muito eficientes de transportar armas químicas ou biológicas e o Irã não tem armas nucleares."
Aviões iranianos
A Força Aérea iraniana não é considerada páreo para a israelense
Resumindo, ele acredita que "um ataque iraniano com mísseis seria apenas um gesto simbólico".
Fitzpatrick acredita que é mais provável que o Irã responda a Israel "assimetricamente" e por meio de aliados como os grupos Hezbollah e o Hamas. O também xiita Hezbollah tem mais de 10 mil lançadores de foguetes no sul do Líbano, muitos deles fornecidos pelo Irã.
"A maioria é de Katyushas com alcance de 25 km, mas também Fahr (alcance de 45 km), Fajr-5 (75km), Zelzal-2 (200km) e potencialmente Fath 110 (alcance de 200 km), além de cerca de 10 mísseis Scud-D que carregam cerca de 750 kg de munição e atingiriam qualquer parte de Israel."
Ele diz que o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, poderia também atacar Israel com mísseis de curto alcance.
O maior perigo seria a deflagração de um conflito com qualquer um destes dois grupos.
Com tanta instabilidade no Oriente Médio, incluindo a crise na Síria, há um risco real de que um ataque israelense dê início a um conflito regional mais amplo.
Mar
A Marinha iraniana e especialmente o braço naval de sua Guarda Islâmica Revolucionária são bem equipados com pequenos barcos capazes de depositar minas ou atacar embarcações maiores.
O Irã tem ainda eficientes mísseis contra embarcações, baseados em solo.
Eles poderiam ser usados para fechar uma artéria vital para o suprimento de petróleo, o estreito de Hormuz.
Estreito de Hormuz
O Irã poderia tentar fechar o estreito de Hormuz
A Marinha americana tem confiança de que poderia reabrir o estreito, mas isso poderia dar início a um conflito entre EUA e Irã e, a curto prazo, teria um impacto significativo no preço do petróleo.
Daniel Byman, especialista em contra-terrorismo no Instituto Brookings de Washington disse que há ainda "uma preocupação considerável de que o Irã e grupos como o libanês Hezbollah possam se dedicar a ataques terroristas após um ataque israelense".
"O Irã tem por vezes usado esse tipo de ataque contra inimigos", diz ele. Já existe, diz ele, uma guerra clandestina em andamento.
"Israel e o Irã já estão se atacando (Israel com mais sucesso e foco)", explica Byman, se referindo ao assassinato de cientistas nucleares iranianos.
"Não tenho certeza se Israel aumentaria esses ataques se fosse alvejado, mas o Irã sim", completa.
"Os ataques que, acredita-se, teriam sido feitos pelo Irã na Índia e Tailândia mostram que o país (persa) permanece determinado a atingir Israel, presumidamente em retaliação por Israel ter assassinado chefes do Hezbollah como Imad Mughniyeh e os ataques contra cientistas nucleares iranianos."
"No entanto, esses ataques recentes não foram bem executados, sugerindo que o profissionalismo dos serviços iranianos é desigual", diz ele.
Especialistas acreditam que, de toda forma, o governo iraniano teria que medir bem sua resposta a qualquer ataque.
Para Karim Sadjadpour, especialista em Irã do Instituto Carnegie Endowment for International Peace, "se a resposta for insuficiente, eles seriam humilhados, se for demasiada, seriam aniquilados".
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O Hezbollah pode atacar Israel com mísseis
"O Irã vai querer responder o suficiente para inflamar o ambiente de segurança regional e ter um impacto negativo na economia global, para atrair condenação internacional para Israel e os EUA, mas não fariam nada que pedisse uma resposta americana forte."
Legalidade
Após sofrer qualquer ataque, o Irã poderia obviamente buscar algum tipo de condenação na ONU. Isso levanta uma série de questões legais sobre a operação militar.
Uma coisa é clara, em termos de leis internacionais, um ataque israelense ao Irã seria ilegal.
A invasão americana do Iraque gerou um conflito que custou milhares de vidas e bilhões de dólares.
A professora de direito internacional na Universidade de Notre Dame, Mary Ellen O´Connell, diz que para ser considerado legal "seria necessária a autorização do Conselho de Segurança da ONU já que o Irã não lançou um ataque armado contra Israel ou os EUA".
"O regulamento da ONU deixa claro que o uso da força é proibido a não ser que um Estado aja em defesa própria em caso de ataque armado ou tenha a autorização do Conselho de Segurança".
Israel, claro, alegaria estar agindo de forma preventiva contra um futuro ataque nuclear do Irã (embora ninguém ainda acredite que o Irã já tenha uma bomba nuclear), mas O´Conell diz que ainda assim um ataque israelense não seria legítimo.
"Há um intenso debate entre advogados internacionais sobre até que ponto um Estado pode responder a um ataque armado: ele deve estar acontecendo ou poderia ser iminente?"
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A invasão americana do Iraque custou caro ao país
"Não há praticamente apoio nenhum de especialistas para um ataque para prevenir um hipotético ataque futuro."
Mas os países fazem o que acham que devem fazer quando seus interesses vitais estão em risco?
A Otan por exemplo atacou a Sérvia e as forças sérvias no Kosovo e os EUA e seus aliados invadiram o Iraque, em ambos os casos sem a aprovação do Conselho de Segurança.
O'Connell diz que em ambos os casos o uso de força custou caro.
"Compare esses dois conflitos com o uso legal da força para libertar o Kuwait após a invasão iraquiana, quando os EUA saíram do conflito com ganhos morais e financeiros."
Muitos vão ainda levantar a questão das mortes causadas por um ataque israelense, sobretudo se a operação não seria sancionada por leis internacionais.
Há apoio generalizado dentro do Irã ao seu controverso programa nuclear.
Sem saber quais seriam o salvos, qual o momento do ataque e se eles seriam atacados mais uma vez, é difícil calcular o número de vítimas em potencial.
Especialistas dizem que o reator nuclear de Bushehr, em atividade, não deve ser um alvo militar porque ele não tem relação com o programa militar e o vazamento de radiação causaria muitas vítimas civis. Mas, obviamente que aviões podem ser derrubados e bombas ou outros disparos podem ser feitos.


Lucas Borges Urbano

EUA poderiam estrear superbomba em conflito com o Irã.

Leon Panetta, secretário de defesa dos EUA, durante conferência 

WASHINGTON - Uma bomba "arrasa-bunker" de 13,6 toneladas, capaz de perfurar uma camada de até 65 metros de concreto antes de explodir, é uma "grande arma" a ser usada em um eventual conflito dos Estados Unidos com o Irã, disse um general norte-americano da Força Aérea na quinta-feira.

O chefe-adjunto do Estado Maior da Força Aérea para operações, Herbert Carlisle, afirmou que a superbomba, que os militares começaram a receber no ano passado, é parte do arsenal disponível caso os EUA queiram bombardear países como o Irã, que possui instalações militares subterrâneas.
Washington suspeita que Teerã esteja desenvolvendo armas nucleares e não descarta uma opção militar contra isso, embora diga priorizar a pressão diplomática. O Irã diz que seu programa nuclear se destina apenas à geração de energia para fins civis.
"O explosivo penetrador em massa é uma grande arma. Continuamos a melhorá-la. Ela tem uma grande capacidade agora e vamos continuar a aprimorá-la. Ela é parte do nosso arsenal e será um potencial se precisarmos dela nesse tipo de cenário", disse Carlisle numa conferência sobre programas de defesa dos EUA.
O secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, disse em entrevista publicada na quinta-feira pelo National Journal que o planejamento para uma eventual ação militar contra o Irã começou há "muito tempo".
Israel também cogita atacar as instalações militares do Irã, mas seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que isso não deve ocorrer "nos próximos dias ou semanas".

Postado por: Laryssa de Paula Mendonça.

Irã: intervenção dos EUA seria mais efetiva que a de Israel


Irã: intervenção dos EUA seria mais efetiva que a de Israel

Estados Unidos tentam evitar uma ação militar unilateral do governo israelense

Leon Panetta, secretário da Defesa americano 

Um ataque militar dos Estados Unidos ao Irã causaria mais dano que uma operação das forças israelenses, afirmou nesta quinta-feira o secretário americano da Defesa, Leon Panetta.

Israel e Estados Unidos discordam sobre a ameaça que representa o polêmico programa nuclear do Irã, e os comentários de Panetta destacam a posição do governo de Barack Obama de que os israelenses devem evitar qualquer ação unilateral.

"Se eles (os israelenses) decidirem fazer algo, não há dúvida de que terá um impacto, mas acredito que se os Estados Unidos agirem, o impacto será maior", disse Panetta em entrevista ao 'National Journal'.

Obama e altos funcionários do governo não descartam o uso da força militar caso fracassem a diplomacia e as sanções econômicas para resolver a crise derivada do programa nuclear iraniano, mas acreditam que é preciso esperar mais antes de uma eventual ação.

Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que as sanções contra o Irã não funcionaram: "Nenhum de nós pode se dar ao luxo de esperar muito mais".

Israel, Estados Unidos e diversos países ocidentais temem que o Irã consiga sua bomba atômica sob a fachada de um programa nuclear civil.
Seis grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) pediram nesta quinta-feira ao Irã que negocie "com seriedade" sobre seu programa nuclear e coopere mais com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Dois dias após aceitar a oferta do Irã de reiniciar as negociações, as seis potências emitiram em Viena uma declaração exigindo o acesso da AIEA a uma instalação militar perto de Teerã, onde se suspeita que estejam ocorrendo o desenvolvimento de armas atômicas.

MOABY SILVEIRA FARIA